quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O bom dia está fazendo falta

Sou um entusiasmado pelo ser humano. Certamente aprendi isso com meu pai. Mas, hoje venho percebendo que as relações entre as pessoas está sofrendo muito (e de forma negativa) com uma série de fatores. Talvez o que encabece essa lista é a modernidade, traduzida pela tecnologia. A distância física entre as pessoas que a Internet está promovendo, juntamente com a agilidade que os dias de hoje nos impõe, faz com que façamos uma seleção natural do que pode ser considerado como supérfluo, nos contatos que travamos com ou outros que estão a nossa volta. Afinal, num texto de até 140 caracteres um “bom dia” ocupa um significativo espaço, não é verdade? E não me venham com um “bd” para suprimir ainda mais sua vontade de ser educado, por favor.

Pareço velho com essa postura (e ainda bem que o tempo passa mesmo), mas, já reparou como é diferente um atendimento quando falamos um simples “bom dia”, mas, um “bom dia” com vontade de realmente desejar ao outro que seu dia seja bom, nada de mecanicismos.

Hoje, no café da manhã, vi uma senhora entrar na lanchonete onde estava, pegar seu lanche (lá o sistema é de self service), se dirigir ao caixa, aguardar pelo anúncio do valor a ser pago, oferecer o cartão para a atendente dizendo um curto e simples “débito”, digitar sua senha e ir embora. Nenhuma palavra a mais. Para as duas a situação foi a mais comum possível, como se o meu “Bom dia! Por favor, você pode espremer umas laranjas para fazer um suco de 300 ml?” fosse quase agressivo nos dias de hoje.

A tentativa é a de ganhar tempo. Ops!!! Tempo é uma coisa que a gente ganha? Mas, o que acaba ocorrendo é que estamos deixando de ganhar atendimento cada vez mais qualificado. Faça um teste: seja cada vez mais gentil a se dirigir para um atendente ou para seu cliente. As possibilidades se ampliam. Nessa mesma lanchonete é notório como o atendimento fica muito melhor diante do meu “bom dia” sorridente. Houve uma ocasião que fui lá para lanchar 10 minutos antes de fechar. A atendente já estava lavando o espremedor de frutas. Cheguei a pensar em desistir de um suco natural espremido na hora, mas, não resisti. O pedido, porém, poderia ter sido simplesmente seco, sem nenhuma brecha de percepção do que significava aquele pedido para ela naquela hora. Me passou pela cabeça algo do tipo: “Vou ter que pegar o próximo ônibus.” Mas, para o cliente o que um pedido vai gerar na vida da atendente pouco importa (e deve ser assim mesmo), porém, poderia fazer esse pedido um pouco mais alegre para ela. E soltei algo do tipo: “Se eu te ajudar a lavar o espremedor de novo, você faz um suco de laranja fresquinho para mim?” O sorriso dela foi do tamanho da minha satisfação com o produto. Valeu a pena!

Boa noite!

Um comentário:

  1. Boa tarde, meu lindo e querido amigo. Outro dia, entrei no elevador do prédio do Maki e soltei um sonoro "bom dia" para as duas pessoas quem estavam lá. Depois que ouvi só um "bom dia" em resposta, me dei conta de que o outro, que não respondeu, era um vizinho famoso do Maki. Um cantor e compositor que sempre canta o amor. Não sei se ele achou que o "bom dia" era porque ele era famoso. Mas dei "bom dia" e "boa noite" a ele em outros dias: nada de resposta. E isso realmente me deixa de mau-humor por alguns instantes. É como se eu levantasse o braço para cumprimentar uma pessoa que fingiu que não me viu. Mas o fato é que adoro desejar bom dia às pessoas. Posso estar de mau-humor, na tpm. Posso até não sorrir. Mas faço isso com gosto e sinceramente. Quem sabe isso quer dizer amor, né? rsrs... Beijos carinhosos.

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